O Modelo Polimórfico na Arte-Terapia: a evidência fenomenológica como base conceptual

Recebemos, no dia 28/08, o médico e arteterapeuta Ruy de Carvalho, pioneiro na arteterapia em hospital psiquiátrico em Portugal, fundador e presidente da Sociedade Portuguesa de Arteterapia e criador do modelo polimórfico de Arteterapia. O título de seu encontro foi “O Modelo Polimórfico na Arteterapia: a evidência fenomenológica como base conceptual”.

Nesse encontro Ruy detalhou sua experiência no hospital psiquiátrico Miguel Bombarda (Lisboa), bem como os alicerces em sua trajetória para a criação do modelo polimórfico, no qual ele busca a construção de sistematizações e parâmetros para as intervenções arteterapêuticas. Dentro deste modelo, Ruy subdivide as formas de intervenção em duas categorias: Arteterapia (onde há um projeto prévio de intervenção, partindo de características da população atendida) e arte psicoterapia (pela criação artística espontânea, com ênfase na relação terapêutica).

Em uma intervenção em Arteterapia pode haver a prescrição e combinação de técnicas artísticas objetivando o desenvolvimento de potencialidades dos recursos artísticos (simbólico, comunicacional, criativo ou de concretização) ou a combinação de técnica artísticas com o desenvolvimento de um tema. A intervenção em arte psicoterapia, por sua vez, é dividida em intensiva (recursos utilizados para intensificar a experiência e provocar catarse, modalidade de atendimento breve) e diagenésica (trabalhando a reestruturação da personalidade, demandando mais tempo).

Através de seus relatos, Ruy nos demonstra a importância da experimentação e da criatividade do terapeuta, e de estar atento ao fenômeno que emerge. Também afirma como é fundamental e estruturante estabelecer uma relação genuína e validar a criatividade da pessoa atendida, reconhecendo-a, assim, como um ser humano válido.